
Eu odiava quando via gente chorando em filmes. Achava o cúmulo da frescura. Eu tinha o orgulho de bater no peito e dizer que nunca havia chorado em nenhum filme. Mas isso, conforme passaram-se alguns anos, foi mudando devagar. Hoje acredito que chorar em um filme - nas partes especiais - não é sinal de frescura, ou fraqueza, ou qualquer coisa do gênero. Chorar em uma cena especial é, por um momento, entrar em total contato com a mensagem que quer ultrapassar as telas, é encontrar-se com o próprio íntimo, resgatar a própria sensibilidade (que diariamente nos é embutida para dentro do estôm

ago até quase sumir) e, de alguma maneira, evoluir. Mesmo que se evolua minimamente, mas algo sempre muda dentro de quem chora, seja diante de um filme, de um desenho, de uma pintura, de uma peça de teatro, de qualquer forma de arte, ou qualquer coisa parecida.
Ultimamente tenho chorado em todos os filmes bons que assisto. Um deles foi Avatar, outro foi Hair, houveram vários, mas hoje quero falar especificamente de "UP! - Altas Aventuras". [Preciso ressaltar que sou grande admiradora da maioria das produções da Disney? Pois bem, eu sou e (tirando um c

urto período de babaquices da minha pré-adolescência), sempre fui. Recortando para a Pixar, creio que Toy Story tenha sido o primogênito, e desde então os filmes lançados têm sido cada vez mais impressionantes.] Agora devo dizer: se você ainda não assistiu UP, pretende assistir e não gosta de spoilers, melhor parar de ler por aqui.
Enfim, quero descrever uma das cenas que mais me emocionaram até hoje.
Como faz um tempinho que vi, não me lembro de todos os detalhes. Mas a mensagem ficou. Acontece antes do clímax final, depois que o Sr. Fredricksen teve de escolher entre apagar o fogo que consumiria sua casa ou salvar o pássaro Kevin, optando impulsivamente por salvar a casa. Depois de discutir com Russel (que por fim não se conformou e foi embora procurar o vilão e a Kevin), ele entra em sua casa e senta-se em sua poltrona, satisfeito (ou se esforçando para se sentir assim). Enfim, sua meta fora cumprida - ele havia colocado o "clubinho" no lugar em que sua falecida esposa sonhava visitar e se estabelecer. Pronto, era o que queria desde o começo, estava realizado. E sozinho. Ele sabia que havia feito a escolha errada, mas não queria admitir para si mesmo. Depois disso ele resolve folhear o diário de criança de sua esposa. Foi até a última página escrita, a que se referia ao clubinho, e parou, como sempre fizera.

De repente uma rajada de vento vira a folha, ele então descobre coisas ali que nunca tinha visto e que nunca poderia imaginar. Era um diário de aventuras, e lá estavam as próprias aventuras dela: o casamento, os bons momentos da vida, os bons momentos que passara com ele, seu esposo... Ela vivia a vida intensamente, enquanto ele estava preso ao passado, tentando - exatamente - realizar um sonho morto. Não queria abandonar os objetos que remetiam à esposa. E tão preso estava, que precisava carregar a casa inteira consigo. Naquele momento eu tive certeza, se a esposa dele ainda estivesse viva, ela não cruzaria os braços confortavelmente em uma poltrona, ela tentaria ajudar o Russel e salvar a Kevin: isso é que seria a verdadeira aventura - não o antigo sonho de criança. É quando você se pergunta "Que valores são esses que se limitam apenas a objetos nostálgicos?", então o filme grita pra você "Pois pare de se prender aos
seus objetos e ao
seu passado, faça algo significante." Nessa parte, não me lembro, acho que o Sr. Fredricksen começou a chorar. E eu também...
Quem assistiu o filme vai entender.
Eu também acredito que quando vc se emociona, ou ri, ou fica ansioso,ou agoniado,ou com raiva de qualquer obra de arte, é quando vc alcança a essencia da história. Digo isso mais como autora (um projeto de autora na verdade ^^') do que como espectadora.
ResponderExcluirA cena que vc descreveu de UP é mesmo linda! E eu sabia que tinha nela uma messagem bonita (com relação ao sonho morto),mas vc me fez ver mais claramente.
Excelente artigo Ol!
bjs =*
Oi Hollyyyyyyyyyyyy!!!!!! =DDD
ResponderExcluirEu não chorei nem no Up, nem no Toy Story!
ResponderExcluirmas adorei ambos os filmes! xD
nyaaa, eu vi esse filme! =D
ResponderExcluiré tããão bonitinho...
também fiquei com vontade de chorar, me segurei do jeito que pude.. ^^
aoro os filmes da Disney, principlamente as animações, são todas muitos lindas. =D