"(...), e então esforçava-se por meditar - meia hora ou dois anos e meio? - na maneira de dizer simplesmente, em poucas palavras, o que é o amor. "Uma imagem como esta é evidentemente falsa", argumentava, "pois nenhuma libélula, a não ser em circunstâncias especialíssimas, poderia viver no fundo do mar. E se a literatura não é a Esposa e Companheira de Leito da Verdade, que vem a ser, então? Maldito seja tudo isso!" gritava, "por que dizer Companheira de Leito, quando já se disse Esposa? Por que não dizer apenas o que se quer dizer e nada mais?"
Procurou então dizer que a grama é verde e o céu é azul, propiciando assim o austeroespírito da poesia a quem, embora de uma grande distância, não podia deixar de reverenciar. "O céu é azul", dizia, "a grama é verde." Levantando o olhar, viu que, ao contrário, o céu é como os véus que mil madonas tenham deixado cair dos cabelos, e a grama se desvanece e obscurece como um voo de raparigas esquivando-se, por encantados bosques, ao abraço de sátiros peludos. "À fé de quem sou!", disse (pois tinha caído no mau hábito de falar em voz alta), "não vejo que uma seja mais verdadeira que a outra. Ambas são absolutamente falsas." E perdeu as esperanças de poder resolver o problema do que é a verdade, e caiu numa grande prostração.(...)"
- Virginia Woolf, Orlando
domingo, 3 de outubro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Chorar em filmes é bom...


Ultimamente tenho chorado em todos os filmes bons que assisto. Um deles foi Avatar, outro foi Hair, houveram vários, mas hoje quero falar especificamente de "UP! - Altas Aventuras". [Preciso ressaltar que sou grande admiradora da maioria das produções da Disney? Pois bem, eu sou e (tirando um c

Enfim, quero descrever uma das cenas que mais me emocionaram até hoje.
Como faz um tempinho que vi, não me lembro de todos os detalhes. Mas a mensagem ficou. Acontece antes do clímax final, depois que o Sr. Fredricksen teve de escolher entre apagar o fogo que consumiria sua casa ou salvar o pássaro Kevin, optando impulsivamente por salvar a casa. Depois de discutir com Russel (que por fim não se conformou e foi embora procurar o vilão e a Kevin), ele entra em sua casa e senta-se em sua poltrona, satisfeito (ou se esforçando para se sentir assim). Enfim, sua meta fora cumprida - ele havia colocado o "clubinho" no lugar em que sua falecida esposa sonhava visitar e se estabelecer. Pronto, era o que queria desde o começo, estava realizado. E sozinho. Ele sabia que havia feito a escolha errada, mas não queria admitir para si mesmo. Depois disso ele resolve folhear o diário de criança de sua esposa. Foi até a última página escrita, a que se referia ao clubinho, e parou, como sempre fizera.

Quem assistiu o filme vai entender.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Surpresa em filme 3D

Mas me surpreendi.

Avatar é sim lindo visualmente, mas também é lindo emocionalmente. Mostra um equilíbrio com a Natureza tão maravilhoso que não me contive e chorei o filme inteiro. Algo que nunca tivemos em nosso planeta, e nunca vamos ter. Se um dia, no futuro, nossa tecnologia chegar a um planeta como Pandora, duvido que seja diferente do que é mostrado no filme. Uma coisa que os seres humanos em conjunto sempre souberam fazer é destruir por motivos próprios. Foi assim por toda a História e provavelmente vai continuar sendo. Torço pra que hajam mais pessoas como Jake e os amigos dele.

Outra coisa, sempre presto atenção no papel das mulheres de todos os filmes e livros e qualquer história a que tenho acesso. O que me deixou contente com esse filme foi que não havia nenhuma frágil donzela em perigo. Todas as mulheres eram fortes. Elas não precisavam que um príncipe de armadura brilhante as salvasse, sabiam se virar e eram decididas. Tanto terráqueas, quanto as mulheres do outro planeta, elas participavam das batalhas e exerciam forte influência sobre seus grupos. Não estou dizendo que eram melhores do que os homens. Estou dizendo que homens e mulheres estavam como iguais.
Além disso, Neytiri, a que faz par romântico com o protagonista, salva o protagonista. Várias vezes. Difícil ver o herói ser salvo por uma mulher. Espero que isso se repita bastante nos filmes mais recentes, já que a porcentagem de machismo abaixou um pouco no decorrer dos anos.

Aliás, não vi machismo, nem coincidências, nem absurdos no filme. É ficção, mas completamente plausível. É cheio de efeitos visuais, mas também cheio de mensagens e sentimento. Eu penso: se a equipe produtora tem condições de fazer um filme desse tamanho, por que não colocar conteúdo? Pois Avatar uniu beleza e conteúdo. Recomendo mil vezes.

Se eu pudesse conhecer a equipe produtora, eu apertaria a mão de cada um deles e berraria OBRIGADA!
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
"A Maldição do Segundo Dia" ou "Serenidade na Fuvest"

No teatro, há o mito da maldição do segundo dia. Reza a lenda que depois de uma estréia grandiosa, se houver mais um espetáculo no dia seguinte, a apresentação será ruim. Mas como não acreditamos em superstições, dane-se o mito e continuamos nosso jantar.
Não é bem assim. Segundo meus professores de teatro, essa "maldição" é verdadeira, então eles resolveram investigar o por que. E descobriram uma razão bastante adequada! No dia da estréia, os atores estão bem nervosos, e o corpo acaba liberando muita adrenalina e outras substâncias que o deixa, digamos, elétrico. Esse entusiasmo é bom, ajuda no aquecimento e na apresentação (ajuda muito!), o que faz com a que a estréia seja maravilhosa. O desastre vem no segundo dia. O corpo tinha liberado tanta adrenalina e substâncias e coisinhas no dia anterior que não consegue produzir o suficiente no dia seguinte. Daí o ritmo cai, a atenção cai, e, em comparação com a estréia, a peça não parece mais tão legal. [É claro que chamar de "desastre" foi exagero meu. Uma boa apresentação depende de várias circunstâncias, mas não vamos nos limitar por causa de "maldições", certo? Um espetáculo é muito mais do que isso, e o fato de uma apresentação ser boa ou não depende muito mais do empenho de cada um.]

Talvez seja por isso que eu tenha feito minha prova da Fuvest com tanta (mas taaaaaaanta) calma. Muitos candidatos tremiam, ruboresciam. E eu havia feito uma estréia na véspera. Achava que até podia atrapalhar, antes da peça eu estava quase vomitando de tanta ansiedade. Mas por fim, a estréia foi ótima e o ambiente-espaço-tempo da prova não poderia ter sido melhor!
Se bem que... um bom desempenho na prova deve depender muito mais do quanto estudei do que do meu estado mental... [de qualquer forma, vale a dica pro ano que vem!]
Ainda não tive coragem de conferir o gabarito.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Óculos
Sem óculos: "Me desculpe, mas você pode repetir? É que não consigo me concentrar direito, esqueci os óculos e não estou enxergando bem."

Com óculos: "Me desculpe, mas você pode repetir? É que não consigo me concentrar direito, estou de óculos e me sinto dentro de um aquário."
Esse é o problema =/

Com óculos: "Me desculpe, mas você pode repetir? É que não consigo me concentrar direito, estou de óculos e me sinto dentro de um aquário."
Esse é o problema =/
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Fantasmas existem, eis a prova!

Mas que raio de post foi esse?!
Assinar:
Postagens (Atom)