
No teatro, há o mito da maldição do segundo dia. Reza a lenda que depois de uma estréia grandiosa, se houver mais um espetáculo no dia seguinte, a apresentação será ruim. Mas como não acreditamos em superstições, dane-se o mito e continuamos nosso jantar.
Não é bem assim. Segundo meus professores de teatro, essa "maldição" é verdadeira, então eles resolveram investigar o por que. E descobriram uma razão bastante adequada! No dia da estréia, os atores estão bem nervosos, e o corpo acaba liberando muita adrenalina e outras substâncias que o deixa, digamos, elétrico. Esse entusiasmo é bom, ajuda no aquecimento e na apresentação (ajuda muito!), o que faz com a que a estréia seja maravilhosa. O desastre vem no segundo dia. O corpo tinha liberado tanta adrenalina e substâncias e coisinhas no dia anterior que não consegue produzir o suficiente no dia seguinte. Daí o ritmo cai, a atenção cai, e, em comparação com a estréia, a peça não parece mais tão legal. [É claro que chamar de "desastre" foi exagero meu. Uma boa apresentação depende de várias circunstâncias, mas não vamos nos limitar por causa de "maldições", certo? Um espetáculo é muito mais do que isso, e o fato de uma apresentação ser boa ou não depende muito mais do empenho de cada um.]

Talvez seja por isso que eu tenha feito minha prova da Fuvest com tanta (mas taaaaaaanta) calma. Muitos candidatos tremiam, ruboresciam. E eu havia feito uma estréia na véspera. Achava que até podia atrapalhar, antes da peça eu estava quase vomitando de tanta ansiedade. Mas por fim, a estréia foi ótima e o ambiente-espaço-tempo da prova não poderia ter sido melhor!
Se bem que... um bom desempenho na prova deve depender muito mais do quanto estudei do que do meu estado mental... [de qualquer forma, vale a dica pro ano que vem!]
Ainda não tive coragem de conferir o gabarito.